Resposta às comparações feitas por colunista sobre a diferença entre os cuidados com animais e humanos.

Matéria retirada do Blog do Adelí Sell

Recebi inúmeros e-mails e recados indignados desde a última sexta-feira, por isso tomo a liberdade de utilizar uma das manifestações para representar além da minha, a opinião de um grupo de protetores que luta por um tema humanista.

Me refiro à coluna do jornalista David Coimbra - publicada pelo jornal Zero Hora na última sexta-feira, na qual ele pergunta ao governador Tarso Genro, se ele não tinha vergonha da situação do Presídio Central. A coluna repercutiu negativamente também entre as protetoras de animais, que ficaram estarrecidas com as comparações feitas pelo colunista.

Ao externar sua indignação com a situação dos detentos do presídio gaúcho, o colunista de ZH criticou, entre outras coisas, os defensores dos animais. Ferrenho defensor da causa, me solidarizo ao grupo e reproduzo abaixo fragmentos da carta enviada ao colunista, com cópia para o nosso e-mail, pela leitora Lia Carvalho.

No documento, Lia admite ser leitora assídua do colunista. Afirma, no entanto, “estar quase que totalmente em desconformidade com teu pensamento”. E ela enumera os motivos.

 “Em primeiro lugar David, apesar de não ter votado no Sr.Tarso Genro, não vejo motivos para que somente dele seja cobrado pelo estado em que se encontra o Presídio Central de Porto Alegre. O local onde estão os apenados não ficou como está num curto espaço de tempo. Foi se deteriorando ao longo dos anos e não foram feitos os reparos precisos para que não chegasse neste ponto que concordo contigo é deprimente e vexatório. Ou seja, os governantes anteriores também nada fizeram. Quanto a me incluíres como cidadã portoalegense, nos responsáveis pelos cuidados que os apenados merecem eu te peço: ME EXCLUA FORA DESSA!”.

Ela prossegue explicando que sua parte já está sendo feita através dos impostos que paga e que se estas pessoas lá estão, é porque alguma coisa de ilícita fizeram para que fossem punidas. “Quem sabe estuprou um vulnerável, assassinou um idoso pra lhe roubar a aposentadoria, matou um estudante que lutou por sua mochila, ou  alguém que quis  defender o meio de transporte que usava pra ganhar o seu sustento e que ainda estava pagando”.

Segundo a leitora, os motivos são tantos que escreveríamos páginas e páginas para listarmos porque cada um dos presidiários foi condenado e está a viver "numa masmorra" como o próprio jornalista chama o Presídio Central.

A leitora discorre sobre o assunto com maestria, até chegar no ponto de parâmetro da coluna – sobre porque as pessoas se importam tanto com o viralata Alemão, morador de rua da cidade de Pelotas, que recebeu uma média de 30 visitas por dia, além de se alimentar com hamburguers de filé.



“Eu te respondo David, porque na minha modesta opinião o Alemão não cometeu nenhum dos delitos acima mencionados, porque o Alemão não enlutou nenhuma família, porque o Alemão não roubou um bem material indispensável para alguém, porque o Alemão não estuprou nenhum vulnerável....só pra falar um pouquinho sobre o porque o Alemão recebe tantos benefícios e tem 5 mil amigos no facebook.


E pra terminar David, eu te deixo uma sugestão - porque não lanças uma idéia semelhante aos protetores de animais que batalham por adotantes para animais de rua e abandonados? É tão simples prezado jornalista: a pessoa vai até o presídio, escolhe um dos apenados, leva direto para uma clínica (temos excelentes clínicas particulares em Porto), faz o apenado passar por uma revisão médica, depois o leva para um "banho de beleza" para que fique com boa aparência, leva o apenado para casa ou então procura uma casa de passagem (tem várias aqui em Porto também - pagas ou gratuitas - a pessoa escolhe), tira uma bela foto do apenado e lança nas redes sociais em busca de pessoas que o ressocializem ou quem sabe o adotem para ser um novo membro da família. Só que têm que ser deixado claro o delito que ele cometeu e seu temperamento!


Se quem está com pena dos presidiários copiarem a quem defende, luta, tira os animais das ruas e das mãos dos cruéis, esteja ciente que estará começando a trilhar um longo caminho, que também é responsabilidade de nossos governantes. Mas de um em um, será iniciado o salvamento dos apenados condenados à masmorra! E com a reabilitação eles não estarão mais nas ruas cometendo novos delitos. E veja que para os apenados será excluída a castração, que para os animais que são recolhidos nas ruas é a primeira providência a ser tomada tão logo seja verificado seu estado de saúde”.


Adeli Sell

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